segunda-feira, 26 de abril de 2010

Parte Um de "Queda da Lua"

Vamos escrever um conto de amor. Um desses que sucedem a beleza real, física, bucal. É desses que só se faz pois não há forma outra de suscitar o sentimento. E então o papel fica com a pior parte: a saudade vazia, sem expectativas.

Assim termina: te acham insosso, triste, estranho. E se explicar é tão inútil... mas ao mesmo tempo tão bom. Digo, não “tão” bom, apenas o mais próximo disso: as lembranças entremeadas de sorrisos quase amarelos pois procuram sim agradar de maneira mentirosa, com omissões, mas não aos outros, a você mesmo.

E falando em ilusões, às vezes não se entende por que não se entende a data de validade do amor. Digo, o ex-amado deixa isso claro. O leite está estragado e é visível que seu gosto já não é mais o mesmo. Mas nesse conto, o personagem insiste: “Ele mandou mais de cinqüenta mensagens, deveras ‘eu te amo’, formas indubitáveis de suavidade e doce. Pois se assim o foi, assim não pode deixar de ser.”

Como autor-personagem, venho me defender das acusações de loucura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário